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Projeto de Decreto Legislativo pode anular a DIRBI: entenda o que está em jogo

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O ambiente regulatório brasileiro pode passar por uma importante reviravolta nos próximos meses. Um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) apresentado no Congresso Nacional propõe a anulação da Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (DIRBI), um instrumento recém-implementado pelo governo federal para ampliar a transparência fiscal.

Mas afinal, o que está por trás dessa proposta e o que ela representa para o setor público, empresas e contribuintes?

O que é a DIRBI?

Instituída por meio do Decreto nº 11.954, de 30 de janeiro de 2024, a DIRBI tem como objetivo principal obrigar empresas beneficiadas por incentivos fiscais a prestarem contas sobre o uso desses benefícios. A medida busca oferecer maior clareza sobre os gastos tributários da União e garantir que os incentivos estejam realmente gerando os impactos esperados na economia e na sociedade.

Na prática, a DIRBI exige que pessoas jurídicas detalhem, periodicamente, o valor dos benefícios tributários usufruídos, como isenções, reduções de alíquotas, créditos presumidos, entre outros.

Por que o PDL quer anular a DIRBI?

O Projeto de Decreto Legislativo que tramita no Congresso argumenta que a DIRBI extrapola os limites do Poder Executivo e impõe obrigações acessórias às empresas sem a devida autorização legislativa. Segundo os autores do PDL, ao instituir uma nova obrigação fiscal por meio de decreto, o governo teria violado o princípio da legalidade tributária, que determina que somente leis em sentido estrito podem criar ou modificar deveres tributários.

Outro ponto de crítica é a complexidade da nova obrigação acessória, que, para muitos setores, representa mais burocracia e custos operacionais, especialmente para as empresas de médio porte que já enfrentam um cenário desafiador de conformidade fiscal.

Impactos da possível anulação

Se o PDL for aprovado e a DIRBI for anulada, o governo federal pode perder uma ferramenta relevante de monitoramento e avaliação de políticas fiscais. A ausência dessa declaração dificultaria o acompanhamento do retorno econômico e social dos incentivos tributários, comprometendo a eficácia das análises sobre gastos públicos indiretos.

Por outro lado, a suspensão da DIRBI pode ser vista como um alívio para setores empresariais que vinham enfrentando dificuldades técnicas para cumprir os prazos e exigências do sistema.

Debate político e institucional

A proposta de anular a DIRBI abre espaço para um debate mais amplo sobre o papel do Estado na gestão dos incentivos fiscais. De um lado, está a necessidade de garantir transparência e controle dos recursos públicos. Do outro, a preocupação com o excesso de obrigações que podem asfixiar a atividade econômica, especialmente num momento em que o Brasil busca retomar o crescimento.

Além disso, a tramitação do PDL reforça a importância da harmonia entre os poderes Legislativo e Executivo na definição das regras fiscais. A judicialização do tema não está descartada, especialmente se houver alegações de inconstitucionalidade ou abuso de poder regulamentar.

O que esperar daqui pra frente?

A tramitação do PDL ainda está em fases iniciais, mas já desperta atenção de juristas, economistas, contadores e líderes empresariais. A depender do desfecho, o caso poderá estabelecer um precedente relevante sobre os limites da atuação do Executivo em matéria tributária.

Enquanto isso, as empresas seguem obrigadas a cumprir a DIRBI dentro dos prazos estabelecidos — ao menos até que haja uma decisão definitiva do Congresso ou do Judiciário.


Conclusão

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Diante desse cenário de incertezas e mudanças constantes na legislação fiscal, contar com o apoio de especialistas é essencial. A Silva’s Contabilidade acompanha de perto todas as atualizações legais e está pronta para orientar sua empresa quanto às obrigações relacionadas à DIRBI — e quaisquer mudanças que possam surgir.

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